sexta-feira, 12 de junho de 2015

ÉS SOL, QUERIDO! ( Página do meu Livro "DE-VERAS... DI-VERSOS...")

             


              Estávamos com doze e quinze anos respectivamente. A 26 de agosto de 1956 nos encontramos e iniciamos o namoro. No ano seguinte, no dia 12 de junho de 1957, o nosso primeiro DIA DOS NAMORADOS, hoje comemorado pela quinquagésima oitava vez...

quarta-feira, 3 de junho de 2015

OS BORGES MOVIMENTARAM A BARRA (Publicado no Jornal "O NORTE FLUMINENSE" - 18 de maio de 2015)

OS BORGES MOVIMENTARAM A BARRA

                                                              Vera Maria Viana Borges
                 
                         De olhos fixos num passado longínquo deparamo-nos com o jovem casal Antônio José Borges e Bárbara Roza Teixeira, os primeiros fazendeiros da Barra, vindo ocupar este território. Viam crescer a numerosa prole em meio à fartura proveniente de seu trabalho na terra. Providenciaram alguém para que ensinasse leitura, contas, conhecimentos gerais. O primeiro professor foi João Samarão, vindo da região do Rio Doce. Fixou residência na Barra onde dava aulas particulares e ainda percorria a região dando aulas nas fazendas. O segundo professor Joaquim Teixeira de Siqueira Magalhães que fora educado, no Seminário de Mariana-MG, era professor de letras e de música. Fundou em sua fazenda uma banda de música com 20 participantes, denominada Banda Quinca Magalhães. Seu filho Tatão Magalhães é o autor do belíssimo dobrado - “TEIXEIRA BORGES”. Posteriormente a grande educadora D. Olga Ebedinger e não podemos olvidar a queridíssima mestra Zandir Oliveira Fitaroni, abnegada que lecionava à noite em sua casa à luz de lamparina. Como Deputado e Prefeito de Bom Jesus, o dileto filho José de Oliveira Borges muito contribuiu para a educação de seus conterrâneos lutando pela criação da Escola  Francisco Borges Sobrinho onde por anos a fio esteve à frente, a nobre, doce e talentosa Professora Noêmia Teixeira Borges.  Meu marido foi aluno de Dona Noêmia, vinha do Sítio BOM RETIRO galopando no cavalo Castanho e sempre era advertido pelo Senhor Elias Moraes Borges para que não corresse tanto. 
                Passou o tempo e Bárbara Teixeira dos Reis  herdou as terras. Muito religiosa, vinha em seu cavalo “Balão Branco” a Bom Jesus estar com o Padre Mello para encomendar missas para a comunidade. Eram realizadas em sua residência ao lado de onde hoje é a Igreja e ali  também faziam novenas e orações, fatos estes presenciados pelo grande líder barrense Jarbas Teixeira Borges. Ela doou o terreno para a construção da Igreja e por ser muito devota de Santa Luzia, a Santa protetora dos olhos tornou-se a padroeira do lugar. Loteou e vendeu os terrenos a particulares. A primeira casa construída foi de Antônio Teixeira Borges.
                  Após a ponte sobre o Pirapetinga, na Fazenda da Cachoeira do Itabapoana, residiam o Senhor Manoel Vieira Seródio e Dona Maria Frias Seródio. Com o falecimento do casal, parte da Fazenda foi herdada pelo Senhor Oliveiro Seródio casado com D. Nenzinha, Maria José Teixeira Borges, progenitores do médico e festejado Poeta Dr. Ayrthon Borges Seródio. Foram eles os doadores do terreno para o Cemitério do hoje 7º Distrito de Bom Jesus do Itabapoana. 
                  Elias Moraes Borges, o Liá e sua esposa Morena, nossos primos e diletos padrinhos de casamento, acolhiam os tropeiros e carreiros com muita simpatia. Arranchavam-se em sua propriedade, onde soltavam os animais e pernoitavam. Os Borges movimentavam o povoado. Hamilton Borges teve uma Loja de Tecidos. O Djalma Borges, farmacêutico que atendia a toda a região,  ainda à noite, muito cortês, permanecia na Farmácia onde as famílias se reuniam para um dedo de prosa. Lembro-me do Bar do Francisco Teixeira Magalhães, parada certa do ônibus da minha querida Rosal, onde se saboreava picolés, refrigerantes e pastéis de queijo ou de palmito com carne moída, quentinhos, fritos na hora por sua esposa D. Geralda. Também ali foi sempre  ponto de encontro dos Borges, após o futebol, após as ladainhas ou quaisquer outros eventos. E eles digeriam ali os acontecimentos mais recentes.O primeiro Rádio também foi de um Borges. Chegou o rádio com a pilha maior que o próprio aparelho receptor e todos se reuniam na casa do Senhor Antuninho Borges para ouvir músicas, novelas, as divertidas propagandas e as notícias, até a pilha esquentar, porque quando esquentava começava a chiar acabando a festa.
                    Messias Borges Ribeiro, nascido em 1889, desde criança fazia manteiga na garrafa e assim fez por anos a fio. Com seu falecimento no ano de 1945 seus filhos continuaram fazendo a Manteiga Ribeiro. Em 1947, o filho mais novo Antônio José Borges, assumiu o negócio, adquirindo uma desnatadeira.  Com a criação da Cavil (Cooperativa Agrária Vale do Itabapoana), um de seus irmãos, o Francisco Borges dos Reis foi convidado para trabalhar na referida Cooperativa, confeccionando a manteiga da mesma forma que fazia na “Manteiga Ribeiro”, resultando no deliciosíssimo produto que até hoje faz tanto sucesso, tendo conquistado o prêmio de “Melhor Qualidade de Manteiga da América Latina” no ano de 1990. E não para por aí o dinamismo do Antônio, caçula da Malica. A Fábrica de Doces produzia doce de leite, goiabada, marmelada e mariola entre os anos de 1952 e 1958. O marmelo era fornecido por uma empresa de doces de Leopoldina que entregava a polpa em todo o norte fluminense. No período de 1952 a 1962 era ele, Antônio, quem fornecia a iluminação para a vila e moradores, através da Usina Santo Antônio. A energia era gerada pelo Córrego Pirapetinga. Em 1964, a Granja “A Carijó”, a todo vapor tinha entre pintos, frangos e galinhas, 1200 aves, produzindo em média 500 ovos por dia. A Barra ainda contava com uma Olaria com grande produção de tijolos e telhas. 
              O Folclore riquíssimo era destacado pelas Folias de Reis, pelo Caxambu, pelo Boi-Pintadinho e pelas Festas Juninas dos deliciosos pés de moleque, das broas, dos balões, busca-pés, das quadrilhas, do casamento do Jeca, com um bom sanfoneiro ao redor de grandes fogueiras. 
                 Os meios de transporte a princípio eram as tropas, cavalos, carroças, carros-de-bois e posteriormente a Viação G. Figueiredo & Cia, seguida da AutoViação Rosal, hoje a Empresa Viação Santo Antônio. 
                Para o belo artesanato, as linhas eram fiadas pelas próprias artesãs que enrolavam o algodão para fazer os fios, ou elas usavam o barbante que fechava os sacos de açúcar. E surgiam das mãos habilidosas as mais lindas pérolas, obras de arte em crochê, frivolité, tricô; além do bordado em richelieu, do fuxico, e das belíssimas colchas de retalhos.
           No futebol, a União Barrense, vasto acervo de craques que alegravam as tardes domingueiras. Fundada em 18 de agosto de 1916 por Joaquim Teixeira Borges e Manoel Bonifácio Alves, o Nenzinho Carreiro. Faz parte da Liga de Desportos de Bom Jesus. Tem sede própria e o terreno para sua construção foi doado pelo Dr. Francisco Ferreira de Moraes. Atualmente conta com o entusiasmo e eficiência do administrador Manoel Florêncio da Rosa, outro Nenzinho e do Embaixador dos Borges na Barra, o ex-vereador Jarbas Teixeira Borges.
                   Maria Cristina Borges, filha do saudoso “Antônio da Malica”, tem se movimentado organizando confraternizações entre os membros da Família e já é sucesso o “CAFÉ COM PARENTE” que vem robustecendo a união entre parentes e afins.
              Os Borges continuam movimentando a BARRA, assim como o nosso amado Município, logradouros diversos do  Brasil e até Portugal onde têm buscado novos parentes, desenrolando e resgatando a História da tradicional Família.