segunda-feira, 5 de junho de 2017

MÃE POR EXCELÊNCIA (Publicado no Jornal "O NORTE FLUMINENSE" - 31 de maio de 2017)

MÃE POR EXCELÊNCIA
                                                                                                Vera Maria Viana Borges 
                       Lépido e fagueiro chega o mês de maio revestido de tanto encantamento, transbordante de amor maternal.  Mês das Mães e da “MÃE das MÃES”, de infinitas bênçãos mariais.  Festivo o bimbalhar dos sinos que soam  prenunciando a Ave- Maria, para a reza do terço, do novenário e das ladainhas. Época de reflexão e adoção de firmes propósitos futuros, convictos na aceitação da vontade de Deus, com a graça e carinho de Sua Santa Mãe. Este maio é ainda mais festejado. No dia 13, comemora-se o Centenário das Aparições de Nossa Senhora em Fátima. A Festa da Virgem de Fátima é uma das celebrações marianas mais conhecidas no mundo inteiro, em memória à primeira aparição de Nossa Senhora em 1917 nas colinas da Cova da Iria (Portugal), a três pastorinhos, Lúcia dos Santos e seus primos Francisco e Jacinta Marto. 
                            “Nossa Senhora é a Virgem de Nazaré, que viveu com seu esposo José, na Palestina, há mais de dois mil anos  (Lucas 1, 26-33).  Conforme a Bíblia, especialmente os Evangelhos, Maria recebeu de Deus a missão de ser Mãe de seu Filho, Jesus Cristo, que se fez Homem e veio ao mundo para nos salvar (Lucas 1, 30-33; Mateus 1, 2-3; Gálatas 4, 4). Nossa Senhora, durante toda a sua vida, assumiu a missão que lhe fora confiada por Deus, entregando-se, com todo o seu ser, à obra libertadora de seu Filho, Jesus Cristo, conforme lemos no Evangelho de  Lucas (1, 38): “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim  segundo a tua palavra.” Nossa Senhora foi mãe, discípula e associada à obra redentora de Jesus, daquele que foi enviado pelo Pai do Céu para anunciar o reino de Deus e libertar as pessoas do pecado e de suas consequências  (Marcos 3, 31-35; Lucas 1, 38).”
                              “Cheia da graça de Deus, Maria, concebendo Jesus Cristo, pelo poder do Espírito Santo, foi mulher de fé, humilde e generosa, praticou a caridade, sempre forte na esperança e alegre na dedicação ao projeto do Pai (Lucas 1, 45-55; 2, 35)”. E nós, como somos? Temos fé? Somos humildes e praticamos a caridade, somos fortes e alegres, nos submetemos à vontade do PAI? Vivemos a exemplo da Família de Nazaré? Na era dos avanços tecnológicos e da busca desenfreada do prazer e do sucesso pessoal, fala-se muito do "eu" e quase nada ou nunca do "nós". Quando se afirma que no mundo já não existem fronteiras, a solidão nos ataca de forma inexorável.
                          A humanidade está vivendo um período de profundas transformações, devido a vários fatores: o progresso, a globalização, a industrialização, a difusão dos meios de comunicação social e outros. Tais transformações afetaram  em muito a vivência familiar. O tempo de convivência entre os membros da família tem diminuído assustadoramente. Antigamente, o papel de cada familiar era bem definido. A mãe cuidava da casa e dos filhos enquanto o pai ia trabalhar para o sustento da família. No caso da Família de Nazaré, José era carpinteiro. Hoje é diferente, tudo obedece à lógica da técnica, da produção, da economia e da modernização.  O ser humano  passou  a  ter valor para a sociedade, apenas em função da sua produtividade e de sua eficiência. A partir do momento em que não tem mais capacidade produtiva, o ser humano perde o seu valor, tornando-se "descartável".
                               O diálogo em família não é valorizado porque não gera dinheiro e os laços afetivos se desfazem. O que se torna mais importante é o "carro do ano”, a "roupa da moda", os últimos modelos do Computador, do Videogame, Celular, Tablets e as Novelas. O amor é a herança mais preciosa que os pais deixam para os filhos. Pode ser ensinado em cada momento da vida. Sobretudo nos momentos de crise. Maria, exemplo de Mãe! Imaginemos a casa de Nazaré em sua simplicidade, mas impregnada de amor. Amor que é respeito, compreensão e acolhimento. Maria assume com alegria as funções do lar. Cuida da casa, da alimentação e  tece túnicas. Faz tudo com suas próprias mãos. Cuida da formação religiosa do Menino Jesus. Quanto poderemos aprender! Infelizmente muitas vezes, nós não conseguimos enxergar a grandeza e a dignidade da família. O trabalho doméstico delegamos a terceiros, a educação e formação dos filhos é delegada às escolas, os problemas de ordem emocional são encaminhados aos psicólogos e pedagogos. É pela falta de Deus no seio das famílias, pela falta de amor, compreensão e diálogo e falta de conhecimento do que verdadeiramente seja uma família, que os problemas surgem nela.
                             Quando falamos na Virgem Maria, somos incapazes de ver a sua humanidade. Nós a imaginamos fora da realidade do mundo,  entretanto ela viveu como qualquer mulher do seu tempo, com seus afazeres e responsabilidades, em sintonia com o Criador, cultivando em seu coração a graça que lhe permitiu conceber e gerar o Filho de Deus. Estava em oração no momento da Anunciação e pode conhecer a Vontade do Pai  através do que lhe fora dito. Foi a uma cidade de Judá, distante de Nazaré para servir à prima Isabel. Não esperou ser servida. Foi servir.  Sempre solícita e carinhosa. Nas Bodas de Caná faltou o vinho. Os noivos ficariam envergonhados e  mesmo sabendo que não era chegada a hora de Jesus, não  se conteve e na bondade de seu coração materno dirigiu-se ao Filho: Não há mais vinho! ELA disse então aos serventes: “Fazei tudo o que ELE vos disser” e assim ELE realizou o primeiro milagre. Maria é a AURORA que chega clareando a tudo e a todos e com sua formosura anuncia o SOL , o seu amado Filho JESUS.
                                 Maria de ontem, Maria de hoje. Maria da Paz. Maria do Amor. Maria dos grandes  santuários. Maria da singela capelinha do interior, na mais alta serra. Maria dos lares. Maria, nossa força, nossa luz, nosso conforto e guia. Maria de todos os nomes e de todas as raças. ELA É UMA SÓ. A cada lugar onde veio nos visitar ou intercedeu por um milagre, ela recebeu um título, um nome para lembrar o precioso momento. Ela será sempre NOSSA SENHORA, sempre a mesma, Mãe de Jesus e Nossa. Ela abraça as nossas dores e é de fato a nossa Voz no Céu. Faltando em nossas vidas, o vinho do Divino Amor, do abandono, da confiança, da paciência nas tribulações, recorramos à Mãe  e não seremos confundidos. Ela pedirá a Jesus que faça o prodígio de CANÁ, e ELE encherá as talhas de pedra dos nossos corações com o vinho generoso e bom do Seu Divino Amor.
                          Nas Comemorações deste CENTENÁRIO, lancemo-nos nos braços de Maria e deixemo-nos acariciar por Ela. Depositemos nossas cabeças em seu colo. No colo da mamãe, da querida mãezinha, da MÃE POR EXCELÊNCIA.
                                   SALVE MARIA!!!