sexta-feira, 5 de abril de 2013

JOÃO DA SILVA BAPTISTA


PADRE ROGÉRIO CABRAL CAETANO - 10 anos de SACERDÓCIO ( 2003 -2013 )


MULHERES (Publicado no JORNAL "O NORTE FLUMINENSE" - 16-04-2013)


MULHERES
                                                                                            Vera Maria Viana Borges
              No dia 08 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos em Nova Iorque, fizeram uma manifestação para reinvidicar melhores condições de trabalho, redução da jornada, equiparação de salários com os homens e tratamento digno dentro do ambiente em que exerciam a sua profissão. Foram reprimidas com total violência e aproximadamente 130 tecelãs acabaram carbonizadas, num ato cruel e desumano. No ano de 1910, em Conferência na Dinamarca ficou estabelecido que o 08 de março seria o “Dia Internacional da Mulher”, mas somente em 1975, através de um Decreto, a data foi oficializada pela ONU. Naquele “08 de março”, uma mulher guerreira, com bravura, teve voz, teve força, teve ideias e levantou a “bandeira” por seus direitos... Somos sobreviventes às injustiças sociais e continuamos lutando por dias melhores.
               Na época de Jesus as mulheres sofriam todo o tipo de preconceito, estavam condenadas a viver subjugadas pelos homens. Viviam uma situação de inferioridade. A lei pesava muito mais sobre elas do que para eles. 
                A condição da mulher é ainda inquietante e dolorosa. Muitas famílias são chefiadas por ela e ainda existe uma enorme distância entre a remuneração do trabalho feminino e do masculino. Muitas vezes ela tem maior escolaridade que o homem, mas não concorre em igualdade com ele.
          É registrada a cada minuto, uma agressão física ou violência sexual no ambiente doméstico. Rotas de tráfico envolvem todos os Continentes e indicam a existência de milhões de mulheres exploradas. As  denúncias de exploração sexual atingem não apenas os países pobres mas também nações poderosas e ricas e o que mais nos espanta é que muitas vezes mulheres fazem parte destas quadrilhas, evidenciando aquele ditado que para cada regra há uma exceção, naturalmente  nem todas as mulheres fazem jus à classe mas a maioria felizmente age com respeito e dignidade.
           No século passado muitas deixaram de trabalhar para tomar conta dos filhos pois os maridos não admitiam que eles ficassem com babás. A maioria se abdicou de tudo porque os filhos reclamavam sua ausência. Houve tempo que elas nem chegavam a estudar porque os pais queriam as filhas em casa e elas eram educadas apenas para o casamento, para servirem, agradarem e serem “Rainhas do Lar” e viviam sem espaço, sem força, sem poder decisório, absolutamente posse dos pais, do marido, dos filhos e dos netos.
              Antigamente elas apenas dominavam corações. Ouvia-se frequentemente que “carro era coisa de homem”, “ele é o cabeça do casal”, “mulher jamais compra apartamento”, “ela ganha apenas para os seus alfinetes”... Hoje elas vão mais longe, estão dominando o mundo com sua perseverança, afetividade e sutileza.  Elas já ocupam cargos que antes eram exclusividade dos homens e além de dirigir suas casas estão dirigindo empresas. Foram muito grandes os avanços, inúmeros, incontáveis mesmo, a começar pelo direito de VOTO. Hoje, muitas mulheres ocupam cargos eletivos. Ganharam poder na hora de se decidir na compra de imóveis, automóveis e outros bens. Mesmo que não compre diretamente, a mulher interfere decisivamente na compra do pai, do marido, do irmão e dos filhos. Com auto-estima robustecida ela se transformou numa mulher poderosa, dona de múltiplos pendores e inúmeras  tendências. Desempenha com desvelo os deveres de esposa, mãe, avó e melhor, ela não ganha mais apenas para os seus alfinetes como se costumava dizer. Exerce com brilhantismo e eficiência vários papéis na sociedade e nas mais diversas profissões. 
          O feeling feminino, o sentimento, o tato, o toque, a sensação, a ternura, fazem com que tenhamos a impressão (ou a certeza?) de que elas têm contato direto com Deus e há quem chame isto apenas de sexto sentido. Deus privilegiou a mulher com a maternidade concedendo-lhe a maravilhosa condição de abrigar VIDA em seu ventre. Dádiva Divina! Deus colocou um mecanismo no coração das Mães ligado ao Seu Coração e transformou-as em ANJOS, anjos da guarda de seus filhos a quem se doam e oferecem AMOR irrestrito, absoluto e total e se disponibilizam após duro dia de trabalho desdobrando-se em carinhos e deliciosas brincadeiras. Transmitem seus exemplos de vida, seus conhecimentos, dedicação, bondade, seu modo paciente de ser, com sua vontade de instruir e muito mais com a disposição de aprender junto. Mulheres jamais esmorecem, mesmo estando cansadas.
           Mulheres são meninas, são guerreiras, são especiais, são anjos, são mães, são sábias. Sempre ouvimos dizer que “atrás de um grande homem há sempre uma grande mulher”, mas podemos afirmar que atrás de  grandes mulheres também estarão grandes homens. Homens e Mulheres são seres que se completam. Grandes homens e mulheres, não são os mais bonitos, os mais ricos, os bem trajados, mas os que preservam os valores morais e cristãos. São aqueles que possuem a maior  riqueza, a Riqueza Interior.
             Salve  o Dia Internacional da Mulher! Parabéns MULHERES!!!

BONJESUENSE (Publicado no JORNAL "O NORTE FLUMINENSE")


BONJESUENSE
                                                                                    Vera Maria Viana Borges
“Princesinha do norte fluminense,/ Com honrados patrimônios culturais,/ O “Pau-Ferro”, esplendor bonjesuense./ Bom Jesus terra boa, tão amada,/ De encantáveis belezas naturais,/ Pelo Jesus tão bom abençoada.” (Tercetos do Soneto “MINHA BOM JESUS” do meu livro “TRILHAS POÉTICAS”).
A adorável Bom Jesus do Itabapoana, sedutora cidade, de povo ordeiro e hospitaleiro, tem sua principal atividade econômica na agropecuária. Situada no Vale do majestoso Itabapoana, no Noroeste Fluminense e no Sudeste do nosso imenso, belo e altaneiro BRASIL. Somos consequentemente brasileiros, fluminenses e bonjesuenses.
Temos visto com muita frequência a palavra bonjesuense escrita de formas diversas, com “M”, com e sem hífen... Os nomes gentílicos também chamados étnicos ou pátrios exprimem “naturalidade” ou “procedência” e há variadíssimas formas de os construir. Para a sua composição, recorre-se na maioria das vezes a uma grande variedade de sufixos e desinências e outras vezes às formas latinas ou latinizadas das respectivas localidades. Não podemos estabelecer normas ou regras rígidas para formá-los pois o uso e a tradição impõem os seus direitos, forçando até o emprego de vocábulos sem nenhuma analogia mórfica com a denominação das terras ou lugares. Diante da multiplicidade de elementos não nos espanta o surgir das várias expressões, umas de caráter erudito, outras tantas de cunho popular, para a formação dos mesmos. A exemplo disso temos “Capixaba” para designar os espírito-santenses, “Fluminense” para os nascidos no Estado do Rio de Janeiro, “Carioca” para os da cidade do Rio de Janeiro, rio-grandense-do-norte ou “Potiguar” para os do Rio Grande do Norte, tricordiano para os de Três Corações e salvadorense ou “Soteropolitano”para os de Salvador(BA).
Sabemos  que o uso da linguagem faz com que ela vá se modificando a cada dia. Hoje já temos "o internetês" parecendo uma nova língua, os estrangeirismos que vão tomando conta dos textos, as gírias, os jargões... E, a "Última Flor do Lácio Inculta e Bela" vai se tornando ainda mais inculta e mascarada.
          Palavras como "formidável" que significava algo enorme, terrível, descomunal, usada com este sentido tenebroso por Machado de Assis: "Sei de uma criatura antiga e formidável, / Que a si mesma devora os membros e as entranhas. (Machado de Assis, Poesias Completas, página 293). Atualmente usamos a palavra formidável para designar algo que desperta respeito, admiração ou entusiasmo; muito bom, muito bonito, magnífico. Como exemplo outro intelectual não menos valoroso que Machado, usou-a assim:  "fez uma acusação vibrante, veemente, formidável." (Medeiros e Albuquerque, Surpresas..., página 138). No segundo sentido ficou tudo mais interessante, excelente, bom demais. Durma com um barulho destes! Esta é a grande prova de como tudo se transforma...
          É por tudo isto que eu reafirmo, a questão do "BONJESUENSE" é conversa para mais de metro. Amo demais a Língua Portuguesa e  estudo, trabalho para dignificá-la tentando acertar, mas dentro de minhas limitações eu sinto, enxergo que tenho mesmo é muito para aprender. Não sou autoridade para me pronunciar a respeito, não se pode dar fim à causa por uma consideração minha, mas continuarei grafando "BONJESUENSE",  porque a língua é viva, e o erro (se assim alguém considerar) de tanto ser usado passará a ser correto. Quantas palavras mudaram até de significado?  Jamais usaria "bomjesuense" porque antes de " p e b" usa-se "M", antes das demais consoantes deve-se usar "N". Não foi assim que aprendemos? Quanto a querermos usar a composição -"BOM JESUS" e daí - "bom-jesuense"  ficaria correto gramaticalmente, ou melhor corretíssimo segundo o Novo Dicionário do Aurélio (4ª Edição- página 315)  que faz menção a "bom-jesuense" de Bom Jesus do Itabapona-RJ e a "bom-jesuense-do-norte", assim mesmo com todos os hífens, referindo-se à querida Bom Jesus do Norte-ES. Alguns autores de Dicionário usam o termo bonjesuense. É uma questão de interpretação. Nossos intelectuais estão usando a forma por mais de cem anos, isto já está enraizado, mais que incorporado no nosso vocabulário, foi assim que aprendemos, e é assim que está nos registros e no banner da ACADEMIA BONJESUENSE DE LETRAS. Há casos que podem mais do que a lei. Um renomado amigo, intelectual, participando de certo evento ouviu da palestrante a seguinte máxima, “a língua portuguesa poderia ser utilizada como instrumento de dominação” e prosseguiu, “muitas vezes somos obrigados a ter algo como “certo” ou “errado”, sem ser oferecida qualquer fundamentação”. E isso pode se prolongar nas outras esferas da vida.”
               Eis aí o que acho, é apenas o que penso. Poderá haver um CONSENSO e tornarmos uniforme a grafia do nosso gentílico. Somente se houver qualquer resolução embasada, por intelectuais bonjesuenses  de renome, em princípios plausíveis e bem elucidados é que poderemos acatar, modificando assim o nosso ponto de vista.

CENTENÁRIO DA PARÓQUIA DE SÃO SEBASTIÃO - VARRE-SAI - RJ