segunda-feira, 1 de maio de 2017

REENCONTRO (Publicado no Jornal "O NORTE FLUMINENSE" - 30 de abril de 2017)

REENCONTRO
                                                                                                   Vera Maria Viana Borges
Não há como escapar à sistemática ação do tempo, suas sentenças são irrevogáveis. O tempo é deveras irreversível. O que passou, passou. Há tempo de semear e tempo de colher. As belas e claras manhãs de abril, as delicadas tardes de maio e as esplendorosas noites de junho, já transcorridas, passaram e não voltam mais,  assim como as águas passadas de um rio que não tocam mais moinhos. As estrelas, o luar, o sol, a chuva, o arco-íris, o canto dos pássaros, o marulhar das ondas o canto das fontes, já vistos e ouvidos, nunca mais serão os mesmos. Haverá outras cintilações que inspirarão outros sentimentos. As palavras de amor, já ditas, jamais serão as mesmas, poderão até serem advindas do mesmo afeto, da mesma ternura, direcionadas à mesma pessoa, mas serão outras, ainda que evocadas das primeiras palavras de amor. As flores que brotaram já murcharam, as plantas que nasceram já morreram, mas outras plantas virão e sempre haverá flores. O tempo gera, cria e nutre. Ele cura, exalta e envelhece. Nada volta, mas tudo recomeça.
A nossa existência, é um caminho só de ida, sem volta. Enquanto caminhantes desta  jornada, de cabeça erguida, rodeados de amigos seguimos agradecidos ao POETA MAIOR, o CRIADOR de todas as coisas que colore nossas vidas com as cores do arco-íris, com o suave azul do céu, com o dourado resplendente do Sol, com a luz prateada e doce da lua, e com o cintilar intenso das estrelas. ELE nos permite sonhar. Nem tudo na vida será mar de rosas, muitas vezes travaremos lutas diárias em que se precisa matar um leão a cada dia, mas mesmo assim não podemos deixar que morram  os nossos sonhos.  A palavra de ordem é não desanimar. Podemos até chegar ao fim da estrada cheios de cicatrizes, mas estas serão luzes e teremos na bagagem um acúmulo de experiência. 
Assim caminha a humanidade: somos gerados, nascemos, crescemos, estudamos, trabalhamos, casamos, temos filhos. Em nosso caso, eu Professora e meu marido funcionário do Banco do Brasil fomos morar em Santo Antônio de Pádua/RJ onde nasceu o nosso filho, paduano de nascimento e bonjesuense de coração e por direito outorgado pela Câmara Municipal de Bom Jesus do Itabapoana. Sempre valorizamos o nosso trabalho e nossos empregadores. Dizíamos sempre, o Banco não é apenas um pai, na verdade ele é MÃE para nós. É datado de 12 de outubro de 1808 o Alvará (a Lei) que criou o Banco do Brasil, a primeira Instituição Bancária de nosso país e nestes duzentos e sete anos transcorridos, vem inovando através das experiências colecionadas, participando assim entusiasticamente da História e da Cultura nacionais. Solidez, credibilidade, segurança e modernidade são suas marcas registradas. Uma ESCOLA para a VIDA de cada funcionário, essencial para a consolidação na formação pessoal e profissional, aprimorando-se-lhe o caráter e a personalidade. 
Em 1939 aconteceu a Emancipação Política de nosso Município e em 27 de setembro de 1941 foi aberta a Agência do BANCO DO BRASIL, um marco na história bonjesuense. O primeiro Gerente foi Fausto Guerra Rêgo. No final de 1974 meu marido foi transferido para cá. Voltamos à Santa Terrinha e em 1991 participamos com entusiasmo das comemorações de meio século da Agência que tantas benesses trouxe às Terras do Senhor Bom Jesus.  São decorridos setenta e seis anos e aquele vilarejo, recém-emancipado, cresceu sem perder as características de cidade do interior. Cidade e Banco caminharam juntos, e que possam ambos continuar trilhando novos caminhos que os leve rumo ao desenvolvimento de um novo tempo.
Aqui de volta, encontramos a FAMÍLIA BB de BOM JESUS. Nossos filhos foram criados juntos, estudando nas mesmas Escolas. O Esporte e Recreação tiveram  destaque especial na AABB grande incentivadora de crianças e jovens à prática esportiva. Como esquecer as aulas de natação com Ruyzinho (Ruy Castro)? O Clube muito bem instalado, em local privilegiado de onde se tem uma vista maravilhosa do tranquilo Rio Itabapoana dividindo os Estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, com visão panorâmica das duas Bom Jesus. Ali participamos de memoráveis festas. Reencontramos velhos amigos que nem o tempo, nem a distância arrefeceram o sentimento de carinho da verdadeira amizade e fizemos novos amigos que entraram em nossas vidas e se tornaram inesquecíveis. Tudo passa, nada é estático, sendo assim, alguns queridos partiram para a Morada Eterna  e outros se foram em busca de novas conquistas. Ao partir buscando novos desafios, descortinavam-se novos horizontes, olhava-se além. Após tantos anos, hoje, nossos olhares se cruzam e detêm tranquilamente aquilo que passou. Revisitamos nossos hábitos cotidianos e recordamos comovidos aqueles tempos áureos,  gloriosos, ditosos e saudosos.
Os anos passaram velozes. No recôndito dos corações e no repositório fiel das memórias ficaram gravadas muitas lembranças. Há coisas que ficam e que delas jamais esquecemos. Estas doces reminiscências deixaram a Carminha (Maria do Carmo Figueredo) desejosa de fazer um encontro com todos os colegas. O pontapé inicial demorou a acontecer, mas finalmente foi dada a largada. Com Arlene Saboia, Marilaine Oliveira e outros colegas, foram iniciados os trabalhos. Alba Lívia Travassos chegou do Canadá movimentando. Adney construiu a página  “Família BB Bom Jesus do Itabapoana” no Facebook e cada membro desse grupo está se empenhando em divulgar, multiplicando  os convites e a GRANDE FAMÍLIA está se reencontrando e se unindo para o I ENCONTRO dos FUNCIONÁRIOS e COLABORADORES do BANCO do BRASIL da AGÊNCIA de BOM JESUS DO ITABAPOANA/RJ  que  acontecerá na AABB no dia 27 de maio de 2017.  A euforia é geral.
É muito bom fazer novos amigos mas é maravilhoso reencontrar as antigas amizades. A conversa se estende relembrando os velhos tempos com centenas de histórias engraçadas. Antes os assuntos eram trabalho, carreira,  filhos, agora certamente baseiam-se em filhos, netos, quiçá bisnetos e viagens, podendo ainda girar num jogo de comparações: “...rapaz, você continua bem como antigamente”. “Parece que o tempo não passou para você...” Trocas de amabilidades.
Na ciranda dos dias e das noites esperamos pela festa. Reencontraremos sim, os amigos, os sentimentos, as saudades, mas também encontraremos uma parte de NÓS que estava esquecida no tempo. E será tão bom, tão maravilhoso que certamente diremos: Por que não foi realizado há mais tempo? Claro, haverá promessas e planos para os próximos ENCONTROS.
No vai e vem da vida, o MOMENTO MÁGICO se aproxima e empolgados aguardamos ansiosos. Dizem que o melhor da festa é esperar por ela, mas neste caso o transcendentalismo do momento superará toda e qualquer expectativa. Tenho plena certeza disto. SERÁ ESPLENDOROSA A FESTA!