quarta-feira, 1 de novembro de 2017

TREZENTOS ANOS DE BÊNÇÂOS (Publicado no Jornal O NORTE FLUMINENSE - 31 de outubro de 2017)

TREZENTOS ANOS DE BÊNÇÃOS
                                                                                                 Vera Maria Viana Borges
                        “Ó, virgem santa,/ Rogai por nós, pecadores/ Junto a Deus Pai/ E livrai-nos do mal e das dores// Que todo homem caminhe/ Tocado pela fé/ Crendo na graça divina/ Esteja como estiver.// Abençoai/ Nossas casas, as águas,/ As matas e o pão nosso/ A luz de toda manhã,/ O amor sobre o ódio// Iluminai/ A cabeça dos homens,/ Te pedimos agora/ E que o bem aconteça/ Nossa Senhora.” A PADROEIRA,  uma composição belíssima de autoria de Sérgio Saraceni  e Ronaldo Monteiro de Souza, interpretada pela cantora Joanna, consiste na mais perfeita oração. Com ela rendemos graças e louvores àquela que é considerada a rainha e mãe celestial neste Ano Mariano em que se celebra o tricentenário da aparição da imagem de Nossa Senhora Aparecida. São trezentos anos de Bênçãos e de Graças. O acontecimento do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida nas águas do Rio Paraíba do Sul completa 300 anos em 2017 e para esse ano jubilar foi lançado um Hino Oficial. A composição é do Padre Zezinho, CSJ: “300 ANOS DE APARECIDA// 300 anos de devoção a Maria/ 300 anos de oração com Maria/ 300 anos de adoração a Jesus/ Nestas colinas de Aparecida// Solidários no Sacrário/ Missionários queremos ser/ Pequenina, restaurada/A sua Imagem nos ensinou/ A ser um povo que não sabe esmorecer/ E se acaso for ferido, oprimido e esmagado/ Esquecido e machucado/ Outra vez reencontrado/ Nosso povo saberá renascer.” O Santuário Nacional produziu também o CD intitulado 'Canções de Amor e Fé', uma homenagem à Nossa Senhora Aparecida em comemoração ao jubileu de 300 anos. As 15 músicas são interpretadas por cantores católicos consagrados. Muito se comemorou, merecidamente.
                    Fui algumas vezes ao Abrigo dos Idosos José Lima tocar acordeão para os internos. O saudoso Monsenhor José Paulo Vieira não vinha onde estávamos mas ouvia e pediu que me entregassem uma gravação de uma linda música para Nossa Senhora (Senhora da Pele Morena) e que gostaria que eu a tocasse em seu aniversário. Encantei-me com a letra, com a melodia, enfim, com tudo e, tive o privilégio de atender aquele pedido, pouco tempo antes de seu falecimento. Este tricentenário ele comemorou aos pés da Virgem Maria no Céu e nestes dias de Festa eu me lembrei muito dele. No Show Sertanejo da TV APARECIDA no dia 12 de outubro a cantora Beth Guzzo cantou a linda  “SENHORA DA PELE MORENA” o que muito me emocionou: “Senhora da pele morena/ Mãe do carpinteiro/ mãe do lavrador/ Mãe das mães que tem na vida/ O sabor do fruto do divino amor/ Mãe de altos funcionários/ de presidiários/ Mãe de coração/ Mãe que atende aos pedidos/ Quando vêm seguidos/ de uma oração// Senhora da pele morena / Virgem tão pequena/ grande de fervor/ Teus milagres são contados/ Pelos quatro cantos/ seja onde for/ Foram vários pescadores,/  também pecadores/ Que te resgataram/ Hoje vivem tua força/ Não tem quem não ouça/ Tudo que contaram// Oh! Minha mãe/ Teu manto azul que nos ampara/ Força divina que não para/ De proteger os filhos teus/ Oh! Minha mãe/  Quisera eu ter tua luz/ Poder tirar daquela cruz/ Os braços do filho de Deus.”
                 A Virgem Santíssima, Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo, apareceu em vários lugares do mundo em importantes momentos da História.  A cada lugar ela recebia um título, sempre ligado aos Mistérios da vida da Mãe de Jesus, à cultura do povo e, muitos deles, como resposta de Deus, através dela, às necessidades de seus filhos. Apesar de tantos títulos, Nossa Senhora é única:  a Virgem de Nazaré. No Brasil ela veio em forma de uma imagem negra, época em que se vigorava a Escravidão.  Nossa Senhora Aparecida surgiu das águas do Rio Paraíba do Sul em 1717, época das Capitanias Hereditárias. Os governantes das Capitanias de São Paulo e de Minas Gerais estavam de passagem pelo Vale do Paraíba, em Guaratinguetá. O povo resolveu dar-lhes uma festa de boas-vindas e para isso chamaram três pescadores, Domingos Garcia, João Alves e Felipe Pedroso para uma boa pescaria. A ocasião não era propícia, pois em outubro não era tempo de peixes. Pediram a proteção da Virgem Maria e de Deus para que voltassem à terra trazendo fartura. Após inúmeras tentativas sem sucesso, pescaram o corpo de uma imagem. Tentaram novamente e veio uma cabeça que se encaixou perfeitamente ao corpo. Após este encontro o barco foi se enchendo de tantos peixes que ele quase virou. E eles sentiram a presença forte do Divino naquele acontecimento. A partir de então a devoção da Santa foi se espalhando, primeiramente reuniam-se nas CASAS, em seguida construíram uma CAPELA, depois uma BASÍLICA, até chegar ao quarto Santuário do Mundo, o Santuário Nacional de Aparecida localizado na cidade de Aparecida,  no interior do Estado de São Paulo.
                    Muitos e muitos milagres são proclamados, destaco um que muito me tocou: “Por serem muito devotos de Nossa Senhora Aparecida, os membros da família Vaz de Jaboticabal - SP rezavam e falavam muito sobre os acontecimentos referentes a Nossa Senhora Aparecida. Um casal desta família tinha uma menina que era cega de nascença e que sempre ouvia atentamente o que falavam. A menina tinha uma vontade muito grande de ir até a Igreja. Naqueles tempos, onde tudo ainda era sertão, ficava muito difícil de se chegar até lá. Mas com muita dificuldade, fé e perseverança, mãe e filha chegaram às escadarias da Igreja, quando, surpreendentemente, a menina cega de nascença exclamou: “Mãe, como é linda esta Igreja!". Daquele momento em diante a menina que era cega de nascença passou a enxergar normalmente.”
                          Maria foi proclamada Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha do Brasil, em 16 de julho de 1930 pelo Papa Pio XI. Os brasileiros, genuflexos, demonstram o seu amor incondicional  à “Mãe Negra” no dia 12 de outubro, data da Consagração do Santuário Nacional de Aparecida pelo Papa João Paulo II em 1980.
                        Ninguém permanece igual após um encontro verdadeiro com o Senhor do Céu e da terra e com sua e nossa Santa Mãe. Não há como ficar indiferente à sua presença Materna em nossas vidas, e confiamos na sua intercessão junto ao seu Amado Filho. A  Fortaleza Espiritual dela sustenta e fortalece a Igreja nas suas dificuldades e nas suas cruzes. Ela consola e conforta os doentes, os pobres, os aflitos e as pessoas sofridas que nela confiam. Que a Mãe das Dores, que esteve em pé aos pé da Cruz, nos ajude a “ficar de pé” em nossas aflições, na cruz das nossas provações do cotidiano. 
                    Em sua honra compus o Soneto que segue em forma de oração: SENHORA  APARECIDA// Maria, Imaculada, Aparecida,/ Do Brasil padroeira e confiança,/ Solidária na cor, no amor, na lida,/ Mãe de todas as dores, terna e mansa.// De Deus e Nossa, Mãe compadecida,/ Como olhaste Jesus, tua  CRIANÇA,/ Olha os velhos, a infância desvalida,/ A família e a Pátria, sem tardança.// Roga a Deus Mãe, por este povo aflito,/ Que te olhando, te louva bendizendo,/ E a teus pés a rezar está contrito.// Por nossas faltas, dá-nos Teu Perdão!/ Com as  Sacrossantas Mãos nos estendendo,/ Dá-nos Tua Bênção, Tua Proteção.”
                           SALVE NOSSA SENHORA APARECIDA!!!