quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

APOSENTADORIA

APOSENTADORIA
                                                                                       Vera Maria Viana Borges
      
                                    A MATURIDADE é o alvorecer da SABEDORIA e a plenitude do homem. Ela contribui para a beleza e harmonia do lugar e proporciona a distribuição de talentos para todos aqueles que o habitam.  Só envelhece quem perde o interesse pela vida, quem deixa de sonhar, de procurar novos caminhos e novos mundos para conquistar. Deixando a mente aberta a novas ideias e a novos interesses, descortinando novos horizontes, permitindo que penetre o brilho do Sol e a inspiração de novas perspectivas de vida, haverá a possibilidade de se estar sempre jovem e com força vital. O elixir da vida está em cultivar o que foi bom e seguir novas direções no trabalho, na alegria de viver e no amor.
                   O ancião ainda é o mesmo, apenas com uma bagagem invejável. Ele tem um rico dossiê de iniciativas e além disso ele é resiliente. As pessoas mais velhas têm resiliência, são capazes de viver melhor e de acordo com a situação, levantam, sacodem a poeira e dão a volta por cima. Elas são menos impetuosas pois a vida já lhes burilou, acertou arestas e diante das dificuldades elas são capazes de entender melhor certos acontecimentos. Perdoam e desculpam com mais facilidade. Nos arroubos da juventude a reação era diferente, talvez explosiva, mas com o desenrolar do tempo percebe que as atitudes são muitas vezes mais importantes que os fatos e agem com mais paciência. Falo, claro, da maioria, pois há alguns renitentes, estressados, a quem a vida bate, bate, ensina, ensina e eles não aprendem. 
               Aumentando a expectativa média de vida é como se um número cada vez maior de pessoas tivesse a oportunidade de viver uma “quarta idade” para enriquecer, transmitir  e testemunhar com seus conhecimentos os autênticos valores humanos.  A velhice não existe, existem pessoas mais experientes que podem transmitir maravilhas a partir do momento em que estarão mais livres dos horários fixos de trabalho,  já desfrutando da merecida APOSENTADORIA.
       Aposentar não significa tornar-se inútil, a vida continua, talvez menos movimentada, certamente mais intensa e sobretudo mais plena de liberdade: mais livre, com mais tempo disponível  para louvar a Deus, para se dedicar à família,  para amar aos outros e  sobretudo àqueles que não têm uma vida fácil. É possível tornar plena esta  “quarta idade” com o que a PROVIDÊNCIA através da Ciência e das melhores condições de vida nos presenteou. E nada foi de mãos beijadas, foi tudo conquistado com trabalho digno, com luta e com contribuições por anos e anos para a Previdência. 
        “Uma sociedade que, deixando-se guiar unicamente pelos critérios do consumismo e da eficiência divide os homens em ATIVOS e INATIVOS e considera estes últimos como cidadãos de segunda categoria, abandonando-os à sua solidão, não se pode dizer verdadeiramente civil.”
            Retraite, em francês. Retirement, em inglês. Pensionamento, em italiano. Jubilación, em espanhol. Aposentadoria, em português. Das cinco palavras, a que vem do espanhol parece ser a única que se refere ao momento de deixar de trabalhar como uma fase de alegria: "jubilación", termo similar a "júbilo". Mas a fase da aposentadoria é mesmo alegre? Já ouvimos dizer de alguém que estava com boa saúde até se aposentar e depois foi como se sua saúde começasse a se desintegrar e a morte corresse ao seu encontro. Hoje em dia há muitos órgãos e profissionais que oferecem  suporte para os indecisos e orientação para os setentões. A seguir, veja os itens, dicas de Vera Lúcia Valsecchi de Almeida, professora doutora em serviço social da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo, e de Maria Cristina Gattai, doutora em psicologia social pela USP (Universidade de São Paulo): planeje, poupe, viaje, exercite-se, desenvolva habilidades, encontre um trabalho mais tranquilo, dê mais atenção à vida social, participe de trabalhos voluntários e divirta-se. O presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil, Alexandre Kalache diz que amor, saúde e felicidade são conquistas possíveis em qualquer idade. Ele, que foi diretor do programa de envelhecimento da Organização Mundial da Saúde diz que vive bem depois dos 60 quem conquista quatro coisas na vida que ele chama de “CAPITAIS”. “Para envelhecer bem você precisa de capital de saúde, indiscutível. Todo mundo concorda que envelhecer sem saúde não é uma boa", diz Kalache em matéria do Jornal Nacional da Rede Globo de Televisão.  Eis os capitais que ele considera os pilares para um saudável envelhecimento: Saúde, Conhecimento, Dinheiro e Fazer Amigos. Só que com os salários baixos, a maioria dos brasileiros não tem a capacidade de usufruir das três primeiras sugestões. Já quanto a fazer amigos, nosso povo é alegre, solidário e comunicativo. 
                  Lastimosa a atitude dos governantes do Estado do Rio de Janeiro, deixando sem seus proventos centenas de aposentados, trabalhadores que prestaram concurso e por muitos anos labutaram e contribuíram para a previdência para terem um final de vida feliz e com dignidade. Devido às incompetentes e más gestões que corroeram os cofres públicos, desde o final de 2015 o funcionalismo fluminense vem sofrendo com o décimo terceiro salário parcelado em cinco vezes e com o Calendário irregular de Pagamento de 2016 que foi pago apenas até outubro. Parcelaram o salário de novembro em cinco vezes e no dia cinco de janeiro pagaram a primeira parcela, a irrisória quantia de  R$ 316,00 reais (trezentos e dezesseis reais). Nem se fala em dezembro e décimo terceiro de 2016. A corda rebenta sempre do lado mais fraco e foram os aposentados e pensionistas os que ficaram sem receber porque eles são INATIVOS e sem atividade não podem fazer “PARALISAÇÃO”. Muitos já abriram mão de seus Planos de Saúde e estão vendendo utensílios de suas casas  e tentando vender os imóveis adquiridos com tanto sacrifício. Outros, sem remédios, sem ter o que comer, buscando cestas básicas, pedindo empréstimos, se endividando e sujando os nomes na Praça.  Injustiça com os PROFESSORES e em especial com APOSENTADOS E PENSIONISTAS. Por que são eles que têm que pagar  esta conta? Há um descaso muito grande com os Professores e com os Idosos. Eles se esquecem que o Professor é a viga mestra, é o sustentáculo da Educação, é o preparador de todas as outras profissões e portanto merece respeito. E quanto aos Idosos? Acham que serão eternamente jovens e estarão sempre no PODER?  Hoje é o dia da caça, amanhã será o do caçador. O que se exige não é favor e nem esmola, é direito conquistado e adquirido.
                  Esperamos por melhores dias e que 2017 seja pleno de LUZ e PAZ!