terça-feira, 11 de outubro de 2016

NA CONQUISTA DO OURO (Publicado no Jornal "O NORTE FLUMINENSE" - 31/08/2016)

NA CONQUISTA DO OURO

                                            Vera Maria Viana Borges 

             O mundo se rendeu aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Antes foram muitas previsões pessimistas, mas ao desenrolar dos acontecimentos foi um triunfo, causando satisfação plena. Foi sucesso absoluto e foi extraordinário o desempenho dos atletas brasileiros.
                 As cerimônias de abertura e de encerramento foram apoteóticas. O evento foi muito bem sucedido e apesar dos gastos com a estrutura esportiva a cidade ficou com legado importante. O Rio de Janeiro que sempre foi lindo por natureza, continua ainda mais lindo com a revitalização do porto. Beneficiou-se com nova linha de metrô e vários projetos municipais. O saldo foi positivo.
             Foram dezessete dias de encantamento e de fortes emoções. O brasileiro parecia estar num oásis, ou quem sabe no paraíso esquecido das mazelas que afligem o país. Em cada residência, bar e clube sempre havia uma turma entusiasmada diante da televisão torcendo e vibrando com os resultados. Foram momentos incríveis. 
               Os esportes praianos foram acontecimentos marcantes nas lindas paisagens da Cidade Maravilhosa. Há muito, a combinação de areia, sol e mar deixou de ser apenas curtição para tornar-se espaço privilegiado para a formação de espetaculares atletas em muitas modalidades.
            O brasileiro que andava meio desiludido, voltou a vibrar e se orgulhar da seleção brasileira de futebol. Com a vitória sobre a Alemanha conquistou o tão sonhado OURO. Os torcedores muito animados  aplaudiram entusiasticamente enquanto cantavam: “Eu sou brasileiro, com muito orgulho e muito amor...” ,  “O campeão voltou...”
                Hoje muito se fala na importância do esporte para a nossa saúde e bem-estar. Em busca de uma vida saudável  cresce o número de adeptos de vários tipos de atividade física, para a melhora do tônus muscular, para uma maior disposição, melhor flexibilidade e fortalecimento dos ossos e articulações. Além da redução do peso, gordura corporal, diminuição do colesterol ruim e aumento do bom e os benefícios do bem-estar que são expressivamente relevantes. Ao praticar uma atividade física, o fluxo sanguíneo cerebral melhora favorecendo a diminuição do estresse, da ansiedade, da depressão, aumentando significadamente a autoestima.
                  O esporte é uma escola onde se aprende a dominar a vontade e a controlar os impulsos obedecendo a determinadas técnicas. 
                 O espírito exausto pela lida diária precisa distrações que serão lenitivos para o corpo cansado. Proporcionar distração sadia ao espírito quer pela leitura, música, arte ou jogos familiares é um relevante socorro, cujo fruto se fará sentir no indivíduo, na família e na sociedade. O homem é essencialmente gregário. No entender de Martins Fontes em “TERRAS DA FANTASIA”, “O homem... obedece ao espírito gregário, é um ser que vive em bando, como os pássaros.” Aí está o papel prepoderante do esporte: agregar e mostrar a necessidade da autodisciplina para se atingir metas e objetivos.
                  Um espírito sadio num corpo sadio é a intenção de todos, eis o motivo porque o esporte  hoje deveria ser considerado nas atividades educativas como parte imprescindível de seu programa para que se fizesse jus ao aforismo latino: “mens sana in corpore sano.” O Brasil precisa investir de forma correta em projetos sérios, com a finalidade de formar mais atletas e desenvolver o potencial dos mesmos. Talentos nós temos de sobra e a prova disso são os resultados dos Jogos, que mesmo sem as melhores condições de preparação nossos desportistas conseguiram obter excelentes resultados. As vitórias de Diego Hypólito, Isaquias Queirós e Rafaela Silva demonstraram que a perseverança e o desempenho não dependem de dinheiro ou privilégio, mas de garra, determinação e estado de espírito. Conquistamos dezenove medalhas, e em sete delas brilhou o OURO. 
                Acompanhei atentamente as ginastas que lançavam as fitas em várias direções para criar desenhos no espaço, formando imagens de todo o tipo: serpentinas e espirais. Estes lançamentos exigem da ginasta coordenação, leveza, agilidade e plasticidade e o mais importante a flexibilidade. Inebriante e belo. Admirando tanta beleza, livramo-nos das pressões do dia a dia por instantes. Libertamo-nos por instantes. Acabando voltamos  à realidade. E é um encontrão com a realidade, mas voltamos fortalecidos para a luta diária. Precisamos destes oásis de prazer. Isto faz muito bem.
               Aguardamos pelos Jogos Paralímpicos que são o maior evento esportivo mundial envolvendo pessoas com deficiência. Incluem atletas com deficiências físicas (de mobilidade, amputações, cegueira ou paralisia cerebral), além de pessoas com deficiência intelectual. Eu prefiro a forma “paraolímpicos” mas a  intenção foi igualar o nome ao uso de todos os outros países de língua portuguesa: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Timor Leste, onde já se usava o termo Paralimpíadas. A palavra vem do inglês "paralympic” que mistura o início do termo "paraplegic" e com o final de "olympics" para designar o atleta paralímpico.
                A judoca Rafaela Silva em 8 de agosto de 2016, conquistou a medalha de ouro da categoria até 57Kg nas Olimpíadas Rio 2016 e o canoísta Isaquias Queirós conquistou  três medalhas nos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro: Prata na Canoa Individual - 1.000m, Bronze na Canoa Individual - 200m e Prata na Canoa de Dupla - 1.000m, com Erlon de Sousa Silva. Queiroz se tornou portanto o primeiro atleta brasileiro a conquistar três medalhas em uma única edição dos Jogos Olímpicos. Ambos vieram de favela ou periferia e lutaram com imensas dificuldades e deram exemplo de superação. Nos Jogos Paralímpicos há a inclusão dos atletas que além de superarem as dificuldades também superam suas deficiências físicas. Todos os holofotes se voltaram para os Jogos  Olímpicos. Esperamos  que eles se voltem da mesma forma para a edição que está porvir dos Jogos Paralímpicos que nos anos anteriores tiveram a cobertura reduzida significativamente pois a mídia não  lhes deu o destaque merecido.
                   E nós, pessoas comuns vamos nos exercitar, praticar esportes para uma vida mais saudável e feliz. Assim seremos mais que vencedores e conquistaremos o OURO.

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