domingo, 28 de dezembro de 2014

SILVEIRADA EM BOM JESUS (Publicado no "JORNAL O NORTE FLUMINENSE" - 18 de novembro de 2014)

SILVEIRADA EM BOM JESUS
                                                                             Vera Maria Viana Borges
                  O Espaço Cultural Luciano Bastos recebeu familiares dos Governadores Roberto Silveira e Badger Silveira e assim, emocionada, lá pronunciei: Grande é a responsabilidade em pronunciar quaisquer palavras neste memorável momento em que somos agraciados com importante missão. Temos, senhoras e senhores, a tão magna honra de receber solenemente nesta manhã, nobilíssimas personalidades da Família Silveira.
                  É indeclinável dever, honrarmos aos abnegados que por próprios méritos fizeram jus à admiração e à gratidão de seus semelhantes. Muito me honra, chegando  a ser mais que honra, chega a ser glória falar daqueles que escreveram e deram vida às mais expressivas, belas, heróicas e gloriosas páginas da nossa História.
                 “O amor é como uma semente no coração do homem: só desabrocha quando há partilha.” Não fosse o lar de Boanerges Borges da Silveira e Maria do Carmo Silveira, carinhosamente chamada BILUCA, um celeiro de tanto amor, não haveria tantos frutos produzidos e partilhados na comunidade. Deus em sua inexcedível bondade, fonte de toda a vida, concedeu-lhes honrosa missão, dando-lhes os filhos que lhe enriqueceram a caminhada: José, Roberto, Badger, Maria da Penha e Dinah. Agradecemos ao Altíssimo a saga dos anos de amor, de lutas e felicidades desta notável, muito digna e brilhante Família e pela oportunidade de recebermos hoje em Bom Jesus, alguns de seus membros. José, chamado Zequinha, Roberto e Badger estudaram no Colégio Rio Branco. As meninas, Maria da Penha e Dinah foram para o Colégio Nossa Senhora Auxiliadora em Campos dos Goytacazes.
                José Teixeira da Silveira, médico, fazendeiro, comerciante, teve destacada atuação política no Estado do Paraná. Foi Vereador, Prefeito, Deputado Estadual e Deputado Federal pelo Estado do Paraná com expressiva votação. Foi o primeiro Prefeito de Nova Esperança, sendo o pioneiro e fundador da Comarca e daquele Município.
                     Maria da Penha, pessoa de finíssimo trato, sempre meiga, gentil, muito amável, delicada, conciliadora e agregadora.
                        Dinah adorava escrever poesias e declamá-las em saraus e reuniões de família ou nas “SILVEIRADAS” como gostava de denominar aqueles  eventos. Sempre dizia: “Quando junta a SILVEIRADA há política e gargalhada”.
                           Os notáveis Governadores Roberto Silveira e Badger Silveira, filhos diletos e glória do nosso Município, lídimas e magistrais expressões da política fluminense, foram exemplares chefes de família e cidadãos com relevantes serviços prestados à Pátria. Coragem, lealdade e prudência desmedidas foram qualidades que lhes exornaram o caráter. Apesar de bem jovem, acompanhei a trajetória de ambos. Àquela época já gostava de escrever e no primeiro ano de governo do Dr. Roberto, compus-lhe uns modestos versinhos que foram publicados em 15 de agosto de 1960 no “Correio de Notícias”, Jornal da Federação dos Estudantes de Bom Jesus do Itabapoana -RJ. Bem mais tarde inseri-os em meu livro “CIRCUNSTÂNCIAS”. Hoje, plagiando a Dinah, trago-os para esta SILVEIRADA: Nascia a onze de junho/ Em Calheiros o ROBERTO,/ Floriu o lar de Boanerges/ Um garoto muito esperto./Aprendeu, primeiras letras,/ Com sua progenitora,/ Estudou com Dona Olga, Uma grande educadora./ Dos nove anos aos onze,/ Com Dona Amália estudou,/ E mais tarde em Niterói,/ No Plínio Leite ingressou./ Fez o curso Científico/ No Instituto de Educação,/ Bacharelou-se em Direito/ Dando a seus pais afeição./ Completou vinte e dois anos/ Deputado fora eleito,/ E Vice-Governador/ Aos trinta anos foi feito./ Com Dona ISMÉLIA SAAD/ Em cinquenta e um casou,/ E vieram três filhinhos/ Com os quais se alegrou./ Hoje é GOVERNADOR/ Com a proteção de DEUS,/ Com o apoio do povo/ / E o amor de todos os seus./ Doutor ROBERTO SILVEIRA,/ Ilustre Governador,/ Dirige o Estado do Rio,/ Do mesmo é amador./ Por todos os fluminenses/ Seu governo é apreciado,/ Por todas as criancinhas/ O ROBERTO é muito amado.
                       Na maturidade, escrevi-lhe um soneto intitulado Governador Roberto Silveira, sendo este uma das páginas do meu livro -”DE-VERAS... DI-VERSOS...”:Vocação de Estadista e inteligente,/ Já era traçado o seu lugar na História,/ Estudioso, bom e persistente,/ Com  pensamento e ideia para a glória./ De acendrado ideal, um expoente,/ Um gigante em sua trajetória,/ Nas lutas populares, sempre à frente,/ Atingiu a conquista meritória./ No exercício eficaz de sua função,/ De corpo e alma, doou-se por inteiro/ E o acidente fatal punge a Nação./ Ao renome e à vitória ele fez jus,/ Governador do Rio de Janeiro,/ Excelência da nossa Bom Jesus.
                        Este é, senhoras e senhores, um dia especial, dia de muitas surpresas e muitas alegrias, de cumprimentos, abraços, desconhecidos, conhecidos, amigos, parentes, todos em eufóricos e animados diálogos, todos justamente alegres, todos reconhecidamente felizes.
                           Meus cumprimentos e agradecimentos ao Dr. Gino e suas irmãs, pelo muito que têm feito pela CULTURA e pela HISTÓRIA de nossa tão amada Bom Jesus. Neste Espaço Cultural, não poderia olvidar LUCIANO AUGUSTO BASTOS, compus-lhe também uma trovinha e um soneto: Honra ao Doutor Luciano/ Historiador de renome,/ Da Cultura um veterano/  Sendo "AUGUSTO" até no nome./ Afoito, destemido e denodado/ Com sede de progresso o educador,/ / Não sai de nós o vulto consagrado/ Que à nossa HISTÓRIA deu o seu fulgor./ Viveu, amou e muito foi amado,/ Da Justiça foi grande defensor, O EXEMPLO foi o seu maior legado,/ Joia rara de rútilo esplendor./ De sua sã e fiel filosofia/ Proporcionou lições de humanidade.../ Dele emanava só SABEDORIA./ Foi pleno de bondade e amor profundo,/ Um ser iluminado nos invade/ Unindo-nos no amor dele oriundo.
                           Para arrematar com o acordeão, um rápido pot-pourri, passando por Ari Barroso, Chiquinha Gonzaga, Lamartine Babo, Mário Lago, Ataulfo Alves, Noel Rosa, Lupicínio Rodrigues e Luiz Gonzaga, finalizando com uma “emboladinha”: Engenho Novo, Engenho Novo, Engenho Novo bota a roda pra rodar.../ O Espaço Cultural/ Do amado Luciano/ Recebendo a Silveirada/ Tá botando pra quebrar./Engenho Novo.../ A nossa terra é Mãe/ De dois Governadores/ Do Rio de Janeiro/ Que botaram pra quebrar./ Engenho Novo.../ O Zequinha/ Que foi lá pro Paraná/ Foi Prefeito e Deputado/ E botou para quebrar./ / Engenho Novo.../ A Silveirada/ Em visita a Bom Jesus/ Num circuito de saudade/ Tá botando pra quebrar.
                            As luzes, cores e perfumes daquela esplendorosa manhã, ficarão indelevelmente marcados em nossa memória e coração. 
                           No ensejo, por demais oportuno, o meu forte abraço e respeitosa saudação a todos os meus amados leitores.

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