sexta-feira, 28 de setembro de 2018

DIAS MELHORES HÃO DE VIR (Publicado no Jornal o""O NORTE FLUMINENSE" - 28 de setembro de 2018)

DIAS MELHORES HÃO DE VIR
                                                                                                          Vera Maria Viana Borges
         É outra vez PRIMAVERA! Tudo passa muito rápido, o tempo é implacável. Dias, noites, anos, horas, minutos e segundos se sucedem. Os pássaros se animam. Ocorre o florescimento de várias plantas. A temperatura vai aumentando e fica mais amena. A natureza se enfeita tornando-se ainda mais bela com coloridas e perfumadas flores. Rosas, girassóis, margaridas, orquídeas, jasmins, hortênsias, helicônias, alamandas, gérberas, hibiscos, lágrimas-de-cristo, bocas-de-leão, crisântemos, violetas, damas-da-noite e outras,  prosperam abundantemente. O cenário é tão belo que nos extasia, nos enleva e nos coloca em sintonia com o Universo. Nasci em meio a encantáveis flores, na terra das mais belas rosas.
        Na sucessão dos dias e das noites, quatro anos se foram e vemo-nos em plena campanha eleitoral. Fecho os olhos e me sinto criança. Mergulho-me na política rosalense. Em 1950 Getúlio Vargas se apresenta como candidato à Presidência pelo PTB, juntamente com Eduardo Gomes (UDN), Cristiano Machado (PSD) e João Mangabeira (PSB). Apoiado também pelo Partido Social Progressista chefiado pelo paulista Ademar de Barros é eleito para o mandato que deveria se estender até 31 de janeiro de 1956, mas foi violentamente interrompido no fatídico 24 de agosto de 1954, com o suicídio do presidente. O rádio mais uma vez nos trazia as notícias. Ficara impressionada com o episódio! No meio da cozinha, atônita, aos seis anos, perplexa, prestava atenção à notícia...
      A política falava “alto” no coração de nossa gente. Tínhamos representantes no legislativo: Abílio de Sá Viana, Carlos Brambila e um outro filho, Gauthier Pontes Figueiredo, rosalense de garra, vereador de 1947 a 1950, com tão vibrante atuação que em 1950 em pleito renhido se elegera prefeito passando a conduzir os destinos do município, tendo sido o segundo prefeito eleito, sucessor  do Coronel Alfredo Ribeiro Portugal.
      Como vibrava o povo rosalense mediante todos estes fatos. “Cabos eleitorais” arregimentavam eleitores, os chamados eleitores de cabresto, para quem executavam permanentes tarefas como registro de filhos, ou outros favores quaisquer. (Capitão Anselmo Nunes)  X   (Gauthier)  X  (Abílio Sá Viana). (PSD)  X  (PTB). Eram acirradas lutas, com discussões, discórdias, disse-me-disse, escutas telefônicas (havia em três fazendas e em dois pontos comerciais na Vila, aqueles telefones antigos de parede), discursos inflamados, boca-de-urna e foguetes. Muito comum após os resultados, ao término das apurações, os mais exaltados soltarem fogos nos telhados, defronte às residências ou até mesmo embaixo dos bancos da praça, ou onde se encontrassem adversários. Depois de tudo passado, tudo voltava naturalmente ao normal e o povo simpático, amigo, hospitaleiro e acolhedor se irmanava unindo forças para a conquista de melhores dias para a amada terra. Anos dourados aqueles! Uma saudade imensa dói, corrói o peito e em remígeo, num suave devaneio, das doces lembranças que me invadem a alma, surgem-me estas reminiscências.
        Hoje estupefata, quase sem ação, vejo o Brasil mergulhado no caos, em momento delicado,  doloroso e difícil. Atravessamos tempestuosos momentos em que somos arrastados por uma política repugnante, repleta de atropelos, num país cheio de incertezas, onde vigora miséria, mentira, roubo, licenciosidade, crime, corrupção e violência. A este tipo de política, eu chamo de politicagem, mesquinha, estreita, de interesses pessoais formada por um conjunto de políticos inescrupulosos e desonestos, salvo poucas exceções.  Já foi dito por Rui Barbosa: “Política e politicalha não se confundem, não se parecem, não se relacionam uma com a outra. Antes se negam, se repulsam mutuamente. A política é a higiene dos países moralmente sadios. A politicalha, a malária dos povos de moralidade estragada.” 
           Tempo de desentedimentos por divergências que acabam se sobrepondo a relações de amizades, profissionais e familiares. As posições divergentes tornam-se embaraço ao convívio harmonioso entre as pessoas. Afinal, valerá a pena se colocar em defesa de uma posição política em detrimento de uma amizade? Essas picuinhas valem muito menos do que o respeito e estima de amigos sinceros e leais.
              A política sem dúvida é uma arte difícil. Exige qualidades incomuns de coragem, abnegação, descortínio e CARÁTER. É uma necessidade e deveria ser baseada em harmonia, respeito e  bem estar social. A politicagem é a pretensão de se levar vantagem, menosprezando o bem-estar comum e os deveres e obrigações para com o próximo. Hoje em dia, com políticos censurados, condenados e desvirtuados fica difícil a escolha. As intenções dos homens são medidas pelos seus atos e não encontramos um nome aureolado de respeito e acatamento para que de olhos fechados possamos dar o nosso voto, sendo assim, precisamos  da Luz Divina para decidirmos. Estejamos cientes que a votação não pode ser arbitrária, existem questões erradas e não podemos votar em candidatos que se propõem a promovê-las. Lembremo-nos, é bíblico e está em PROVÉRBIOS 29, 2: Quando dominam os justos, alegra-se o povo; quando governa o ímpio, o povo geme.” (Leia mais em: https://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/proverbios/29/). Procuremos escolher o melhor para o BRASIL para que seja sempre honrada a inscrição “ORDEM E PROGRESSO” estampada em nossa BANDEIRA que jamais poderá ser maculada por interesses subalternos. Exerçamos o nosso direito de cidadão com dignidade e firmeza, buscando sempre uma PÁTRIA  livre, amada e feliz onde se possa viver o AMOR em sua plenitude.  Viva o BRASIL!!!
                Alegrem-se nossos corações, sentindo o perfume das flores e ouvindo o canto dos pássaros  nesta PRIMAVERA, com a expectativa do melhor resultado nas urnas. Dias melhores hão de vir.  Que vença o melhor para o PAÍS! 

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