segunda-feira, 22 de julho de 2019

COLHEITA DE FELICIDADE E PAZ (Publicado no Jornal O NORTE FLUMINENSE - 17 de julho de 2019)

COLHEITA DE FELICIDADE E PAZ
                                                                                                           Vera Maria Viana Borges

             Há um bom tempo estamos aguardando o retorno da estabilidade política e econômica no Brasil. Quando tudo parece tomar caminho vem nova tempestade e desestabiliza tudo de novo. Ficamos chocados com um escândalo e logo surge outro ainda mais grave, acontecimento que abala a opinião pública. A cada dia aparecem desdobramentos de casos de corrupção. São momentos duros e difíceis, mas temos esperança e acreditamos que o Brasil que queremos é possível. Não podemos desistir, perder o ânimo, as forças, o entusiasmo e a coragem. Em um texto curto o Poeta Miguel Torga dá-nos um exemplo de dignidade e persistência; assim ele se expressa: “PARÁBOLA// No silêncio do parque abandonado/ O repuxo prossegue a sua luta;/ É um desejar alado/ A sair duma gruta.// Ergue-se a pino ao céu como uma lança;/ Ergue-se a pino, e sobe na ilusão;/ Até que a flor do ímpeto se cansa/ E cai morta no chão.// Mas a raiz do sonho não desiste;/ Subir, subir ao céu, alto e fechado!/ E o repuxo persiste/ Na solidão do parque abandonado.” Com Fé, Coragem e Persistência veremos o nosso país livre das mazelas que nos atormentam e teremos uma sazonada colheita de Felicidade e de Paz.
                  Ansiamos sempre por Paz e Felicidade. Se obtivermos a primeira a outra virá em consequência.  Sonhamos com carros do ano, roupas de grife (do francês griffe), viagens fantásticas que tiram o fôlego, coisas que o dinheiro pode comprar e que nos extasiam por muito pouco tempo, mas elas não nos preenchem e concluímos que não eram tão fundamentais quanto pareciam. Estas coisas não têm a capacidade de nos propiciar a paz sonhada. São prazeres efêmeros. Na maioria das vezes priorizamos o supérfluo e nos esquecemos de tirar proveito das coisas simples como apreciar um belo pôr do sol, uma suave brisa no rosto, o barulho das ondas do mar, o canto dos pássaros, um sorriso , um abraço amigo. Com gratidão e alegria, trabalho, relacionamentos saudáveis, sonhos realizados e coerência poderemos conquistar a almejada paz e assim deitarmos nossas cabeças em travesseiros macios com tranquilidade. A vida é um eco, se não estamos gostando do que ouvimos, precisamos corrigir os sons que estamos produzindo, se queremos colher paz, precisamos semear paz. Vivamos em plenitude, não percamos os bem-sucedidos momentos felizes,  enquanto vislumbramos lá no alto e bem distante a perfeita felicidade.
            Possamos viver a glória do AMOR, os frutos do nosso TRABALHO e principalmente as bênçãos de DEUS.  Tenhamos muita esperança e muitos sonhos. Os meus anseios são muitos e eu os registro em prosa ou verso. Como pequena mostra a seguir, um dos meus Sonetos publicado no meu livro “Deixe Cristo Renascer!”: “SONHO// Sonho com paz, num mundo sem trincheiras,/ Sem miséria, dor, pranto e inconsequentes,/ Salpicado de naves viageiras/ Repletas de emoções: dóceis, virentes...// Onírico desejo!  Sem fronteiras,/ Alígera perpasso os continentes.../ Das nuvens, vejo o mar, as cordilheiras,/ Nas serras, ouço os rios nas nascentes.// Na natureza tudo se harmoniza!/ Aos poucos, o homem vil e perdulário/ Destrói, corrói, devasta e se escraviza,// Corrompendo, humilhando o seu irmão./ Preserve essa beleza, esse cenário,/ Com o semelhante viva em comunhão!” 
                    A vida é assim: acreditamos que a felicidade está no futuro e esquecemos de viver o presente. O futuro é incerto e o passado não volta. Valorizamos a família quando já a perdemos, só damos valor ao tempo quando ele já passou. Reclamamos de trabalhar ou que não temos o que fazer, quando muitos não têm trabalho. Infelizmente há muitos desempregados. Não observamos as flores no jardim.  
                      Olhando à volta podemos ver a mãe preparando o alimento enquanto os filhos e netos correm saudáveis e robustos pela casa. A família reunida à mesa saboreando a refeição e após a sobremesa aquele bate-papo despretensioso e animado.  Isto é ser feliz, isto é viver em paz. Busquemos nas pequenas coisas a razão maior para a felicidade para que vivamos em harmonia. Bem disse Pearl S. Buck que “muitas pessoas perdem as pequenas alegrias enquanto aguardam a grande felicidade.” Um coração com Deus e a bondade partilhada em todos os momentos é uma semeadura que nos proverá de felicidade, amor e paz. Não desperdicemos o tempo com mágoas e brigas, pois o bem é maior do que o mal. Pensemos grande, esforcemo-nos por um futuro promissor para o bem de todos nós, do nosso amado país e do mundo inteiro. 
              Sintetizo este entusiástico e intenso desejo, com um dos meus sonetos: “O MILAGRE DA PAZ// Ciladas, injustiças, dor, azares,/ Em nuvem de discórdia que se espalha,/ Guerra, sangue, num mundo de pesares./ Boca faminta que só tem migalha.// Quisera ser a ponte ou ser pilares,/ Promovendo pacífica batalha,/ Sabendo ouvir acordes modelares,/ Transmitindo a "PALAVRA" que agasalha.// Imploramos em prece e em vigília,/ O MILAGRE DA PAZ, que por nós faça,/ Irmanando-nos numa só família.// Renova PAI, constrói tudo de novo!/ Com esperança, com fé e a Tua Graça,/ Do planeta uniremos todo o povo!”
                 Prossigamos com discernimento e bom senso, respeitando os nossos valores. Vamos em frente, porque temos muito que plantar para que a colheita seja boa!

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