segunda-feira, 13 de junho de 2016

ELES CAMINHARAM JUNTOS (Publicado no Jornal "O NORTE FLUMINENSE" - 30 de abril de 2016)

ELES CAMINHARAM JUNTOS
                                                                                         Vera Maria Viana Borges

               Passados quase setenta anos, “O NORTE FLUMINENSE” continua firme, ultrapassando fronteiras, construindo a HISTÓRIA de nossa terra, de nossa gente, registrando no repositório fiel da memória o seu passado de glória. Jornal independente, sentinela avançada, pulmões, olhos, e voz do norte do Estado do Rio de Janeiro e sul do Estado do Espírito Santo.
                      Louvores ao dinâmico diretor e redator responsável, Jornalista Ésio Martins Bastos, que com seriedade comandou os seus destinos desde a fundação. As histórias do Jornal e do emérito jornalista se confundem e  nada mais justa e merecida a consagração de Ésio Martins Bastos, nome digno de respeito e admiração, baluarte da imprensa bonjesuense, que no Natal de 1946 ao lançar seu primeiro número expressou: “Iniciamos, assim, a nossa jornada como o excelso filho de Maria, com o coração despido de prevenções e malquerenças; um grande ideal a inundar a nossa alma, o de bem servir. Mas, como o grande Nazareno, saberemos fustigar os vendilhões do templo, porquanto, jamais, mercê de Deus, macularemos a nossa dignidade mercadejando a nossa pena. Poderemos errar, mas prevaricar, nunca! Poderá faltar à roupagem dos nossos argumentos as filigranas das culturas privilegiadas mas jamais faltará o calor vivificante da sinceridade.”  Por 57 anos, Ésio Bastos foi seu diretor e redator. Após seu falecimento no dia 24 de agosto de 2003, assumiu o seu irmão, Luciano Augusto Bastos. E ei-lo digno, íntegro e VITORIOSO, sob a direção de Gino Martins Borges Bastos.
                         Logo que fui alfabetizada, encantada com as palavras, soletrava em suas páginas. Ali conheci poetas e trovadores. Ésio no precioso jornal disseminava CULTURA. Além de proporcionar as informações da História política, econômica, administrativa e social do Vale do Itabapoana,  ainda trazia na medida certa  a cultura e o sentimento artístico da nossa gente. Na coluna “Sociais”, conheci os mais belos sonetos de  célebres autores e as mais expressivas trovas e entre estas estavam sempre as de Colombina, de Maria Thereza Cavalheiro e Amaryllis Schloenbach que ainda hoje enriquecem com seus talentos a referida coluna.
                       Cresci e segui as trilhas da poesia. Tornei-me amiga correspondente de Maria Thereza que é sobrinha-neta de Colombina e prima de Amaryllis. Quanta honra, o convívio com as magistrais poetisas que me fizeram sonhar e  me deleitaram com tão lindos e bem elaborados versos.  Na correspondência, muita suavidade, leveza, e ternura. Transcrevo algumas de suas valiosas joias que enternecem o meu coração e me enlevam a alma. 
                       De Maria Thereza: “É uma festa quando chega o "Astros & Estros"! E, desta vez, a festa veio duas vezes em dobro, com os números de Janeiro a dezembro/2000! Já estava sentindo muita falta do seu primoroso informativo poético, onde esplendem também seus próprios versos, como esse lindo "Deixe Cristo Renascer!"
                     Obrigada pela constante atenção, pela amável publicação de minhas trovas, crônica e carta... sempre a enaltecer a palavra dos seus correspondentes amigos! E a pregar o amor, a irmandade, exaltando a Oração de São Francisco de Assis, e usando da poesia para esse fim. Como diz em seu soneto "Rumo a Milênios de Paz", que Deus a ouça, e "encha de luz caminhos obscuros, / semeie em nós: PAZ, FÉ, FRATERNIDADE"!
                    Mando-lhe "O Radar" de dezembro último, com bela trova  sua em nossa coluna natalina. Continuo aguardando suas trovas, e será um prazer tê-la também como participante da coluna, com um depoimento sobre a trova, e, se quiser, também sobre a inspiração. Junte foto e dados biobibliográficos.
                       Que este Ano Novo seja para a querida Amiga cheio de alegria e realizações!”
                       De Amaryllis: “Amável Vera Maria
                Muito obrigada pela publicação de trovas minhas em "Astros & Estros"  números 24 e 26! Você sempre generosa e amiga, com uma palavra de afeto para todos, o que a diferencia neste mundo de tanta violência!
            Grata também pelo envio do seu "Boletim Alternativo", de janeiro a dezembro/2000. Estou a me deleitar com versos tão bem escolhidos, em especial com os nascidos de sua própria inspiração.
                         Como você, formulo votos para que Deus conduza a Humanidade "RUMO A MILÊNIOS DE PAZ"!”
                      Guardo com carinho todo o material recebido destas diletas amigas e de outros escritores e poetas de todo o Brasil e também de alguns do exterior.
                        Em “ASTROS & ESTROS”, julho de 1997, publiquei sobre Maria  Thereza: CAVALHEIRO,  A  DAMA  DA  POESIA.  A magistral dama da poesia tem Cavalheiro em seu nome. Sobrinha-neta da saudosa Colombina, sonhadora, ecologista nata, apaixonada  pela poesia, dedica-se ao culto da palavra para o engrandecimento de Deus e o aprimoramento do ser humano. A  escritora, poeta, advogada  e jornalista de grande valor, militante de importantes jornais e revistas de São Paulo, em “ O RADAR”-Apucarana-PR, divulga a TROVA e TROVADORES.
                       Como marco do início de sua carreira literária, o texto poético “Quero Amar”, dedicado ao primeiro namorado:“Eu quero que alguém  me ame,/ muito amada quero ser./ Desde o dia em que te vi,/ um grande amor quero ter.”/, publicado na “Folha Paulista” em janeiro de 1947.
                     Eclética, Maria Thereza Cavalheiro, é autora de “Antologia Brasileira da Árvore”, “Segredos do Bom Trovar”, de vários outros livros publicados e outros tantos  na gaveta e  de inúmeros poemas, sonetos, trovas, contos e crônicas. Em pequenas doses, nas Trovas, tem a difusão de suas grandes ideias. Afirma que: “Trova  é o instante que passa/ mas fica  n'alma da gente;/ exige estado de graça/ por  um minuto somente!”
                          Neste JUBILEU, rogamos para que Deus o “Maior dos Trovadores” cumule de bênçãos a dama  que magistralmente tem realizado este trabalho incontestavelmente grandioso e possa continuá-lo no gozo de muita saúde e muita paz! 
                  Em dezembro deste ano de 2016, os setenta anos de “O NORTE FLUMINENSE” e em janeiro de 2017 os setenta anos da carreira literária de  MARIA THEREZA CAVALHEIRO. Eles caminharam juntos. VAMOS COMEMORAR!!!

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