quinta-feira, 14 de novembro de 2013

A PUREZA DAS CRIANÇAS (Publicado no Jornal "O NORTE FLUMINENSE - 10/10/2013)

A PUREZA DAS CRIANÇAS
                                                                                               Vera Maria Viana Borges

        “Eu fico com a pureza da resposta das crianças/ É a vida, é bonita e é bonita...” Gonzaguinha
   “Eu quero a paz de criança dormindo...” Dolores Duran
  Nas crianças podemos ver a graça espontânea, a paz de espírito, a alegria fácil. A infância é voltada para fora tendo como expressão máxima de pureza muitas ações contidas na história de suas brincadeiras. O método de se estudar brincando é sem dúvida o mais recomendável para se adquirir noções elementares nesta época em que mais se aprende. Bom é estudar com o mesmo prazer com que brinca. É lastimável, que atualmente existe uma perigosa tendência a querer se antecipar a idade vindoura: a criança quer ser adolescente antes do tempo, o adolescente aspira ser moço, o moço deseja a vida do homem maduro. Estão atropelando o desenrolar natural das idades. A infância deve ser prolongada por mais tempo possível para que se sedimente a formação necessária e  o espírito infantil deve ser mantido em todas as outras idades para que sejam formados autênticos adultos, dignos, ponderados e felizes, conservando, assim, em nós, a pureza, o frescor, a alegria, a esperança e a saudável vitalidade. Precisamos manter fiel a criança imortal dentro de nós.
A criança de hoje é o homem de amanhã. A formação do caráter é necessariamente um longo processo. Inicia-se com o nascimento e perdura por toda a vida. Os anos formativos da infância e da juventude são os de maior valia na formação da personalidade. Faz-se mister preparar nossos pequenos para o futuro. O filho, criação de Deus, nasce de um pai e de uma mãe, e destes é a responsabilidade de sua primeira educação. Aos pais compete formar o corpo e a alma do filho. A lição mais forte é o próprio exemplo, ele vale mais do que muitas palavras. Com a modernidade eles são bombardeados por uma imensa quantidade de informações cheias de apelo de consumo que precisam ser supridas não com fórmulas mágicas, com historinhas que enganam,  mas com presença, amor, companhia, caminhos, rumos, projetos, sonhos e sobretudo LIMITE e reflexão com firme propósito em DEUS, na Família, no estudo e no trabalho, pequenas tarefas que preparam para a vida... 
  Hodiernamente as crianças têm ido cedo para as Escolas e em classes maternais elas brincam, aprendem e se socializam convivendo com os coleguinhas. Nos tempos antigos só se ia para o Colégio aos sete anos e  havia resistência de alguns pais que temiam enviar principalmente as meninas que consideravam indefesas, extremamente frágeis, para o convívio com muitos outros alunos, fora do alcance de seus olhos. A sede do saber  entranhada em muitas delas, faziam-nas desejosas por conhecimentos, ávidas por aprender. Conheci  a linda trajetória escolar de uma pura e ingênua garotinha que ansiava estudar e  o pai temeroso relutou em consentir. Ela pedia, pedia... Seu irmão, Cristóvão  desposou a grande mestra Olga Tardin e só assim o pai severo permitiu fosse matriculada. Ela deslanchou e feliz captava todos os ensinamentos. Já na Quarta Série, Olga ensinando a redação de cartas, disse que elas deveriam ser iniciadas com uma saudação, que poderia ser “Querida fulana...” , Adorável amiga fulana... ou “Meiga fulana...” e ela entusiasmada redigiu várias cartas. Dias após, Dona Olga sugeriu que escrevessem à Prefeitura solicitando uma BOLSA DE ESTUDOS e ela prontamente iniciou: “MEIGA PREFEITURA...”, a mestra achou muito engraçado e ao receber a visita do Secretário Municipal de Educação , apresentando-lhe com muito orgulho o seu trabalho,  disse-lhe: “Olhe, Senhor Secretário, o que minha cunhadinha escreveu. Quando ele leu “MEIGA PREFEITURA...” o riso foi geral, mas imediatamente ela ganhou a BOLSA com a condição de se esforçar muito, pois se fosse reprovada perderia o benefício. E a meiga, dócil e esforçada menina foi para o Colégio Rio Branco e de lá saiu a brilhante e honrada Professora Therezinha Teixeira de Siqueira,  da qual tive o privilégio de ser discípula. Através dela externo a todos os meus outros grandes e amados MESTRES o meu carinho e gratidão. Não fossem eles não poderia estar escrevendo agora. O PROFESSOR é peça fundamental na Cultura do país, é o profissional mais importante da sociedade. A educação  transforma, constitui o alicerce de qualquer nação, leva os indivíduos a voos mais altos, amplia os seus conhecimentos e os coloca em contato com possibilidades inesgotáveis de realização pessoal e profissional. Ele prepara o homem para todas as outras profissões. Os que ocupam os mais elevados cargos passaram por ELE. Missão de amor, de modelar genialidade que promove humildes, doutores, presidentes, rainhas, reis e príncipes. Sua palavra é eco que ressoa. Fonte de conhecimentos, valores, costumes, cultura, fé, responsabilidade e lutas.    Eu me orgulho de ostentar  este título e de ter exercido esta profissão!!!  “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.” Cora Coralina.
 FAMÍLIA, CATEQUESE E ESCOLA, elementos de suma importância na educação que é passada de geração em geração, alicerces transmissores dos conhecimentos e sabedoria para que cada um se torne uma pessoa íntegra e feliz.
 Que a MÃE, Nossa Senhora da Conceição Aparecida, padroeira do Brasil, nos cubra com o seu SANTO MANTO, nos abençoe para educarmos nossas crianças para Deus, moldando-as na consciência do sentido da vida, na preservação do caráter, na estima à honestidade, aos valores, atitudes e hábitos éticos e morais.  Pedindo a SUA bênção maternal, transcrevo, reafirmando a súplica que faço no segundo quarteto do meu soneto intitulado “SENHORA APARECIDA”: De Deus e Nossa, MÃE compadecida, / Como olhaste JESUS, tua CRIANÇA, / Olha os velhos, a infância desvalida, / A família e a Pátria, sem tardança.

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